O Behaviorismo
Watson e o Behaviorismo
Na minha reflexão pessoal vou falar da perspetiva behaviorista de John Watson. John Watson é considerado o pai da psicologia científica pois demarcou-se de forma radical de toda a psicologia tradicional, que tinha por objetivo o estudo da consciência e por método a introspeção.
Este estudou algumas das descobertas de Ivan Pavlov, que tinham por base os estímulos e as respostas nos comportamentos animais e conseguiu concluir que o comportamento humano é semelhante ao comportamento animal.
Assim, em 1912 Watson criou uma corrente, dentro da psicologia, intitulada de Behaviorismo, que defende que a psicologia deve ter como principal objetivo o estudo do comportamento de um organismo em interação com o ambiente.
Watson pretendia para a psicologia o mesmo estatuto da biologia. Logo, para se constituir como ciência rigorosa e objectiva, o psicólogo terá de assumir a atitude do cientista, trabalhando com dados provenientes de observações objetivas e acessíveis a qualquer outro observador. O psicólogo terá de renunciar à introspecção e limitar-se à observação externa, à semelhança das outras ciências.
Em 1913, este psicólogo publicou um artigo de nome “A psicologia de uma perspetiva Behaviorista”, que tinha como principal tese que a ciência devia basear-se nos comportamentos observáveis e não nos processos mentais. Segundo Watson, só se pode estudar directamente o comportamento observável, isto é, a resposta do indivíduo (R) a um dado estímulo (E) do ambiente. E, tal como em qualquer outra ciência, cabe ao psicólogo decompor o seu objecto, o comportamento, nos seus elementos e explicá-los de forma objetiva, recorrendo ao método experimental.
Por estímulo (E) entende-se todo o conjunto de excitações que agem sobre o organismo. O estímulo pode ser assim qualquer elemento ou objeto do meio ou ainda qualquer manifestação interna do organismo. Por exemplo: comichão que sentimos por vezes, um aumento do bater do coração em momentos mais excitantes, etc.
Por resposta (R) entende-se todo o conjunto de respostas objetivamente observáveis, ativadas por um conjunto complexo de estímulos, provenientes do meio físico ou social em que o organismo se insere. Por exemplo: coçar no sítio onde temos comichão, levarmos a mão a barriga quando nos dói o estômago, etc.
Nesse artigo, Watson desprezou o papel da hereditariedade na construção de uma personalidade, dizendo que apenas a experiência, os fatores sociais e educativos nos influenciam.
O desenvolvimento individual é um processo gradual que se vai modificando ao longo do tempo conforme a experiência e os estímulos do meio exterior que atuam sobre cada um de nós.
Concluindo, acho esta perspetiva de Watson muito interessante, e concordo em parte com a mesma, pois este provou que a mentalidade do ser humano é fruto das suas vivências e das influências, quer socias, quer educativas que nele são incutidas, e não da hereditariedade. Tomemos o exemplo de uma criança que é deparada com cenas de violência doméstica todos os dias na sua casa. Isto fará dele um agressor nato, pois os genes são os mesmos? Não, muitos deles até se tornam pessoas contra a violência, pois esta lhes trás más memórias. Outro aspeto a favor desta teoria é na área da adoção, pois se uma criança for filha de pais portugueses, mas adotada por pais italianos, não terá tendências de falar português por estar nos genes, mas sim italiano. Contudo, na minha opinião, este erra quando diz que vivemos num universo determinado, ou seja, se não somos responsáveis pelos nossos atos, ou seja, se matarmos alguém, houve um conjunto de processos e de influências que nos levou a fazer isto, logo não podemos ser castigados, nem sofrer qualquer tipo de pena, apenas sermos reeducados. Ou seja, apesar dos exageros reducionistas de Watson, o behaviorismo foi um movimento revolucionário que contribuiu de forma decisiva para a constituição da psicologia como ciência. Os contributos de Watson a favor da objetividade na psicologia foram bem recebidos pelos psicólogos norte-americanos. Esta aceitação deve-se, sobretudo, à definição inequívoca do seu objeto, o comportamento observável, e o seu método experimental e devemos admitir que o meio exterior influencia as nossas decisões mas não utilizá-lo como desculpa universal para todos os erros cometidos.
Gonçalo Palma
Referências Bibliográficas:
ABRUNHOSA,Maria;Leitão,Miguel(2013) Psicologia B-vol1-12 ano. Lisboa:ASA
Rodrigues, Luís (2009) Psicologia B. Lisboa: Plátano Editora